Bárbara de Alencar
- Larissa Mancia
- 13 de mar.
- 2 min de leitura
Atualizado: 26 de mar.
Uma Líder Política
A história da matriarca da família Alencar, que liderou importantes movimentos políticos e sociais, é pouco conhecida mesmo no seu estado natal, Pernambuco. Aos 57 anos, já viúva, ela se tornou uma das primeiras prisioneiras políticas da história do Brasil, ao lutar contra o domínio da Coroa Portuguesa. Mas essa não foi sua única batalha. Após a independência do país, continuou contestando o autoritarismo, opondo-se às políticas centralizadoras da primeira Constituição do Império.
Em uma época em que a inteligência da mulher era comparada à loucura e qualquer participação feminina na política um escândalo, Bárbara de Alencar deixou seu nome na história e também gravado no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria. Influenciados pelas opiniões e espirito contestador da mãe, seus filhos também de tornaram importantes figuras na luta por ideias de igualdade e liberdade.
Bárbara de Alencar por Galeria da Lalo e Pintura imaginária de Bárbara Pereira de Alencar. site da Biblioteca Nacional.
Bárbara nasceu em em 11 de fevereiro de 1760. Quando adulta ela passou a atuar como líder comunitária e política de uma maneira tão impactante que mesmo sem registros e documentos oficiais seu legado resistiu pela tradição oral e assim sua jornada foi mais tarde resgata por historiadores. Ela era casada com um comerciante e capitão português com quem teve 5 filhos. Dar uma educação de qualidade as crianças sempre foi uma das grandes metas da família e por isso optaram por uma educação progressista com discussões politicas e de conscientização sobre a realidade do país.
Em 1817, ocorreu a revolução Pernambucana, um movimento que desejava a emancipação do Brasil. Quando foi proclamada a república em Recife, que pretendia instaurar uma nova Constituição no país, um dos filhos de Barbará, juntamente com ela comandaram uma passeata onde retiraram a bandeira da coroa portuguesa e fincaram um branca que representava a República.

Todos foram presos e acusados de traição ao governo. Bárbara foi torturada e encarcerada em condições deploráveis e insalubres, ficou detida por 4 anos sendo finalmente libertada em 1821. Não demorou para que Bárbara se envolvesse na política novamente, sempre lutando por seus ideais de igualdade e liberdade. Ela morreu em em 1832, após fugir de inúmeras perseguições políticas.
Em 1990, foi erguida uma estátua da heroína em Fortaleza. Em 2011, foi fundado na Capital cearense um instituto que leva seu nome e se dedica à defesa dos direitos das minorias e das políticas públicas.
CURIOSIDADE
Você sabia que o livro dos Heróis e Heroínas da Pátria é literalmente um livro feito com páginas de aço? Ele fica guardado na praça dos três poderes em Brasília e tem o propósito de documentar as figuras que protagonizaram momentos importantes da história do Brasil.
Atualmente apenas o nome de 9 mulheres constam nesse livro.

Trechos retirados e inspirados no livro Extraordinárias - Mulheres que Revolucionaram o Brasil [Ed. Seguinte I 2019 ]
Comments