Josefa Paulino da silva
- Larissa Mancia
- 25 de set.
- 2 min de leitura
Uma Líder Incansável
Josefa era uma líder nata que juntamente com seu marido levou as mulheres do campo ã luta, tentou reunir trabalhadores rurais e urbanos para reivindicar melhores condições de trabalho e de vida.
Nascida no leste alagoano, Joseja perdeu os pais lavradores ainda criança. Ela foi então entregue a uma família para trabalhar como empregada doméstica. Destratada por todos os membros dessa família ela passou por maus bocados. Recebia apenas a comida e moradia pelo trabalho e não frequentava a escola. Aprendeu a ler e a escrever sozinha, estudando escondida com as cartilhas dos filhos dos patrões. Aos dezesseis anos ela foi embora para Maceió e se casou com seu marido José Pureza em 1942.
Josefa Paulino da Silva por Galeria da Lalo e Josefa/ direitoshumanos.gov
Ambos foram morar em Xerém, no município de Duque de Caxias (RJ). Pureza trabalhava em terras do Estado e ficou animado com a possibilidade de organizar os trabalhadores rurais, Josefa preferiu o emprego de costureira, pois a roça a fazia lembrar das condições miseráveis que seis pais tinham vivido.
No entanto em 1949 a confecção em que ela trabalhava veio a falência e Josefa se juntou ao marido no campo, ajudando na criação da Associação dos Lavradores Fluminenses e realizava juntamente com outras mulheres, festas e eventos que arrecadavam recursos para o movimento. Josefa e Pureza acabaram se tornando as duas principais lideranças rurais do Rio de Janeiro, ela fez parte do Congresso Nacional das Mães, patrocinado pela Federação de Mulheres do Brasil e do Congresso Mundial de Mulheres Trabalhadoras, na Hungria, como representante das trabalhadoras rurais brasileiras.
Pureza e seus colegas foram presos diversas vezes durante os confrontos com grileiros e policiais, Josefa então reunia as demais esposas e organizava vigílias na porta da delegacia, até que os maridos fossem soltos. Nessa época suas ações resultaram na criação de “departamentos femininos”, comissões de mulheres em entidades de classe como sindicatos e associações, que estiveram presentes em inúmeras organizações sociais do estado do Rio de Janeiro. Após o Golpe de 64 Josefa e Pureza passaram por anos difíceis, foram perseguidos, presos e torturados. Após o fim da ditadura Pureza veio a falecer, mas Josefa continuou ativa em sindicatos pelos trabalhadores rurais, sempre lutando pela reforma agraria e chamando a atenção para as condições de vida dos camponeses.
Trechos retirados e inspirados no livro Extraordinárias - Mulheres que Revolucionaram o Brasil [Ed. Seguinte I 2019 ]
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