Maria Felipa de Oliveira
- Larissa Mancia
- 2 de jul.
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Atualizado: há 18 minutos
Uma Mulher com as Armas da Natureza
Não foi preciso arma de fogo para pôr os portugueses a correr na ilha de Itaparica no século XIX. Pelo menos não no grupo de mulheres liderado pela negra Maria Felipa, símbolo da resistência na luta pela independência do país.
Maria Felipa de Oliveira por Galeria da Lalo
Mulher negra de turbante. Fotografia de Alberto Henschel, Coleção Gilberto Ferrez/Acervo Instituto Moreira Salles.
Retrato falado de Maria Felipa, criado a partir do estudo de fontes e da tradição oral apresentando características físicas gerais. Obra realizada pela desenhista e perita criminal Filomena Orge, em 2004.
Felipa se destacava na comunidade como capoeirista, marisqueira e líder de um grupo de mulheres valentes conhecidas como “vigias da praia”. Militares portugueses na Bahia não reconheciam a independência brasileira e um dos líderes pretendia ocupar a ilha e comandar dali a reconquista de Salvador.
No entanto quando as embarcações e soldados lusitanos chegaram na ilha foram atacados por Maria Felipa e suas vigias. Conhecedoras do território, elas não precisaram de armas de fogo para dar conta dos estrangeiros. Munidas de peixeiras e galhos de plantas, surraram os soldados e queimaram as embarcações com tochas feitas de palha de coco.
O episódio foi decisivo para acelerar a derrota dos portugueses na Bahia em julho de 1823. Diferente de mulheres brancas que colaboraram para a vitória brasileira e tiveram sua importância reconhecida, a celebração pelos feitos de Maria Felipa permanece muito aquém do devido.
Trechos retirados e inspirados no livro Extraordinárias - Mulheres que Revolucionaram o Brasil [Ed. Seguinte I 2019 ]
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