top of page

Maria Felipa de Oliveira

Atualizado: há 18 minutos

Uma Mulher com as Armas da Natureza


Não foi preciso arma de fogo para pôr os portugueses a correr na ilha de Itaparica no século XIX. Pelo menos não no grupo de mulheres liderado pela negra Maria Felipa, símbolo da resistência na luta pela independência do país.


  • Maria Felipa de Oliveira por Galeria da Lalo

  • Mulher negra de turbante. Fotografia de Alberto Henschel, Coleção Gilberto Ferrez/Acervo Instituto Moreira Salles.

  • Retrato falado de Maria Felipa, criado a partir do estudo de fontes e da tradição oral apresentando características físicas gerais. Obra realizada pela desenhista e perita criminal Filomena Orge, em 2004.


Felipa se destacava na comunidade como capoeirista, marisqueira e líder de um grupo de mulheres valentes conhecidas como “vigias da praia”. Militares portugueses na Bahia não reconheciam a independência brasileira e um dos líderes pretendia ocupar a ilha e comandar dali a reconquista de Salvador.


No entanto quando as embarcações e soldados lusitanos chegaram na ilha foram atacados por Maria Felipa e suas vigias. Conhecedoras do território, elas não precisaram de armas de fogo para dar conta dos estrangeiros. Munidas de peixeiras e galhos de plantas, surraram os soldados e queimaram as embarcações com tochas feitas de palha de coco.


O episódio foi decisivo para acelerar a derrota dos portugueses na Bahia em julho de 1823. Diferente de mulheres brancas que colaboraram para a vitória brasileira e tiveram sua importância reconhecida, a celebração pelos feitos de Maria Felipa permanece muito aquém do devido.


Trechos retirados e inspirados no livro Extraordinárias - Mulheres que Revolucionaram o Brasil [Ed. Seguinte I 2019 ]

Comentarios


bottom of page