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Maria Lenk

Uma Lenda nas Águas

Maria Lenk nasceu em 1915, uma menina de saúde frágil que aos 10 anos de idade teve uma pneumonia grave e seu pai, um ginasta, achou que o exercício da natação seria um “bom remédio”.


Maria Lenk por Galeria da Lalo e Maria Lenk Jovem/ BBC.com


Naquela época quase não havia piscinas ou clubes, então Maria nadava no Tiête, isso mesmo! Nessa época o rio era tão limpo que servia como fonte de recreação e até competições de nado.

(Se você quer conhecer mais sobre a história do Rio Tietê, vou deixar o link da Materia Publicada no São Paulo In Foco - A “água verdadeira”: uma história do Rio Tietê)


Clube de Regatas São Paulo - 1905 e Rio Tietê em 1926, onde hoje fica a Ponte das Bandeiras. Fonte: saopauloinfoco


Em 1928 Maria entrou para a Atlética quando as primeiras piscinas de 25m estavam sendo construídas. Foi selecionada para participar dos jogos olímpicos com 17 anos e era a única mulher da delegação brasileira que tinha 124 homens, aliás era a única mulher de toda a américa do sul. Não bastasse o preconceito da época ela ainda teve que enfrentar o menosprezo dos colegas e usar um uniforme emprestado.


Mas o problema com as roupas não era algo novo para Maria, tempo antes ela já havia quebrado padrões sendo a primeira brasileira a competir de maiô em público, o que na época foi um escândalo, já que todas usavam trajes mais recatados. Anos mais tarde quando deu aula de educação física no interior paulista, foi excomungada pela igreja local por pedir que as alunas usassem maiô.


Mas seu pioneirismo inspirou outras na nadadoras e na olimpíada seguinte ela não estava mais sozinha, competiu juntamente com mais 5 nadadoras brasileiras, além de argentinas e chinelas. Maria também foi  primeira brasileira a nadar borboleta, estilo que aprendeu em revistas estrangeiras, numa época em que nem havia televisão. Ela se formou em 1938 na primeira turma feminina da Escola Superior de Educação Física de SP. Em 1939 ela bateu recordes mundiais de 200 e 400m de peito, fato inédito para um atleta sul-americano.


CURIOSIDADE:

Maria só não teve a chance de conquistar uma medalha olímpica ou título mundial pois eclodiu a segunda guerra mundial e os jogos foram interrompidos. Uma pena pois ela era a favorita para o ouro em 1940. O Brasil só conseguiu um ouro olímpico individual feminino quase 70 anos depois com Maureen Maggi no salto em distância nos jogos de Pequim.


Com o início da Segunda Guerra a nadadora dedicou-se a dar aulas e em 1942 se aposentou das competições de alto rendimento. Ajudou a funda a Escola de Educação Física na então Universidade do Brasil (Atual UFRJ) da qual foi professora e diretora. Casou dois anos depois, teve dois filhos e escreveu 10 livros, incluindo sua autobiografia Braçadas e Abraços em 1982.


Aos 69 anos ela retomou a carreira internacional de atleta. Seu vigor e espirito competitivo não haviam mudado e ela foi quebrando recordes e ganhando prêmios em todas as categorias máster, acumulou 54 medalhas em 11 mundiais sendo 37 de ouro. Em 2000 ela recebeu a Ordem Olímpica, honraria que só os maiores atletas do mundo recebem. Ela morreu no lugar que amava, a piscina. Durante um treino. Com 92 anos de idade e nessa época nadava 1500 metros por dia.





Linha do tempo - Evolução dos Trajes de Banho

Fonte: Aveturas na História
Fonte: Aveturas na História

1795

Primeiro traje de banho feminino. Vestidos longos com mangas compridas. Usados sobre roupas íntimas. Material pesado que dificultava o movimento


1855

Os vestidos ficaram mais curtos. Ainda com mangas longas. Considerados "ousados" para a época


1890

Uma inovação foi o corte "princesa". Espécie de vestido com mangas curtas e bermudas longas. O traje permitia às mulheres nadar com maior liberdade


1907

A nadadora australiana Annette Kellerman desenvolveu uma nova peça. Deixando os braços e pernas à mostra. Provocou tanto furor que ela foi presa por usar uma roupa "indecente"


1920

Com o fim da Primeira Guerra, as atividades recreativas se popularizaram. Criação do maiô de uma peça no Oceano Pacífico. Redução do tamanho das peças que se ajustavam ao corpo.


1946

O francês Louis Réard lançou uma nova moda. Em 1946, o "atoll" de biquíni foi testado no Oceano Pacífico. Logo foi adotado pelas banhistas


1959

A primeira vez que o biquíni apareceu. Considerado revolucionário. Mudança significativa nos padrões de moda praia


1964

O designer austríaco criou o topless. Considerado um marco na liberação feminina.


1974

A tanga é inventada. No Brasil, criou-se uma nova tendência. Contribuiu para a cultura da moda praia brasileira. O material mostra claramente a evolução dos trajes de banho ao longo de quase 200 anos, desde roupas extremamente conservadoras até os modelos mais liberais dos anos 1970.



Trechos retirados e inspirados no livro Extraordinárias - Mulheres que Revolucionaram o Brasil [Ed. Seguinte I 2019 ]

 
 
 

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