Chiquinha Gonzaga
- Larissa Mancia
- 20 de ago.
- 2 min de leitura
Uma Boêmia Defensora dos Direitos
Uma mulher sem preconceitos de raça, gênero ou ritmo musical, que prezava pela liberdade amorosa, financeira e de escolhas. Ela desafiou todas as convenções sociais e teve uma vida boêmia em uma época em que as mulheres mal saíam de casa. Era casada com um homem rude, que a proibia de tocar piano. Quando teve coragem de abandoná-lo e pedir a separação, teve que deixar com ele seu filho, pois naquela época as mulheres não tinham direitos. Para se sustentar, Chiquinha passou a dar aulas de piano e idiomas, tocar em festas, cabarés e rodas de choro, além de vender suas composições de porta em porta.
Chiquinha Gonzaga por Galeria da Lalo e Chiquinha aos 18 anos
Ao longo de sua vida, compôs 77 partituras teatrais, além de um volume inacreditável de 2 mil outras composições, misturando ritmos e criando uma música genuinamente brasileira. Foi a primeira a reger um concerto exclusivo de violões, instrumento que era mal visto pela elite, com cerca de cem músicos da periferia carioca em 1887. Foi um ato corajoso, pois na época tocar serenata era considerado um crime.
Em 1902, sua fama já tinha extrapolado o Brasil, e ela começou a fazer viagens internacionais para diversos países, onde via suas obras sendo executadas sem lhe render nenhum tostão. Foi então que, em 1917, fundou a Sociedade Brasileira de Autores Teatrais, que regulamentou os direitos autorais dos artistas. Chiquinha viveu o bastante para saborear o gosto de seu trabalho. Graças à sua personalidade forte, o Brasil ganhou sua primeira maestrina e a primeira compositora para peças de teatro, abrindo alas para a expressão genuinamente brasileira na música.

A marchinha “O Abra a Ala”, sua composição mais famosa, ainda hoje ganha as ruas do Brasil nos dias de folia. Chiquinha morreu em 28 de fevereiro de 1935, na antevéspera do Carnaval.
Trechos retirados e inspirados no livro Extraordinárias - Mulheres que Revolucionaram o Brasil [Ed. Seguinte I 2019 ]








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