Nísia Floresta
- Larissa Mancia
- 20 de mar.
- 2 min de leitura
Atualizado: 26 de mar.
Uma líder política
Dionísia Pinto Lisboa, escritora e intelectual nascida no minúsculo vilarejo de Papari, ficou mais conhecida pelo pseudônimo de Nísia Floresta. Ela lutou pela educação das mulheres, a abolição da escravatura, a República, os indígenas e a liberdade religiosa. Publicou o primeiro livro feminista no país e introduziu o ensino igualitário. Mesmo nascendo em um pequeno vilarejo teve a sorte de ter um pai liberal, que sofreu perseguições políticas durante os conflitos pela independência, o que ajudou a forjar seu espírito revolucionário.
Ela se casou com o primeiro marido aos 13, um homem dono de terras em Papari e quase sem nenhum letramento. A união não durou um ano. Nísia abandonou o marido e foi perseguida por ele durante anos com ameaças de processo por abandono do lar e adultério. Aos 18 anos uniu-se novamente com outro homem que era estudante de direito e com quem teve dois filhos, Lívia e Augusto e um terceiro que faleceu de forma prematura.
Nísia Floresta por Galeria da Lalo e Nísia Floresta pelo site oatibaiense.
Aos 22 estreou na literatura com o livro Direitos das mulheres e injustiça dos homens, e foi com essa obra subversiva que o feminismo acabou sendo implantado nas letras brasileiras. Porém sua vida começou a ser marcada por algumas tragédias, seu pai foi assassinado em 1828 e alguns anos depois ela perdeu também o marido. Sozinha e com os dois filhos ainda pequenos ela se mudou para o Rio de Janeiro em 1837.

No Rio ela mostrou seu pioneirismo novamente ao fundar o colégio Augusto para meninas, uma escola revolucionária para os padrões tradicionais de educação da época com aulas de inglês, italiano, francês, história, geografia, matemática, caligrafia, latim, português, musica, dança, desenho e até educação física. Teve que brigar contra o uso de espartilho uma peça obrigatória na vestimenta feminina e que restringia os movimentos. Na época que a escola foi fundada as meninas eram ensinadas apenas para serem “boas esposas” aprendendo português, bordado e contas básicas, isso quando eram permitidas de estudar.
A partir da década de 1840 a imprensa passou a atacar seus métodos de ensino e sua vida pessoal, em resposta Nísia publicou poemas, artigos em jornais e outros 14 livros ao longo da vida. Ela não chegou a ver o fim a da escravidão ou a república. Mas é como se tivesse participação em cada uma dessas conquistas, especialmente nas feministas – afinal foi ela quem começou essa luta no nosso país.
Trechos retirados e inspirados no livro Extraordinárias - Mulheres que Revolucionaram o Brasil [Ed. Seguinte I 2019 ]
Comments