Ana Néri
- Larissa Mancia
- 12 de mai.
- 2 min de leitura
A Primeira Enfermeira de Guerra
Em meados do Século XIX, pouco restava a fazer para uma mulher de 50 anos, principalmente considerando que a expectativa de vida nem chegava aos 30. Mesmo assim, com todos os filhos e outros parentes alistados na Guerra do Paraguai, a baiana Ana Néri não pensou duas vezes antes de se voluntariar como enfermeira. Após meio século de vida, tinha início seu maior desafio.
Ana Néri por Galeria da Lalo e Ana Néri: Dicionário Mulheres do Brasil
Viúva aos 29 anos, Ana fez o que se esperava de uma mulher naquela época: dedicou-se a cuidar e educar seus três filhos Justiciano, Isidoro e Pedro. Ela se mudou para Salvador onde, onde prosseguiram com os estudos tendo dois deles se formado médicos e um seguido a carreira militar.
A guerra entrou em sua vida em 1865 quando mandou uma carta ao presidente da província da Bahia oferecendo seus serviços médicos como brasileira, não podendo ser indiferente ao sofrimento de seus compatriotas e, como mãe, não podendo resistir a separação de seus filhos.
A resposta veio alguns dias depois, com o aceite da oferta. As críticas da sociedade também vieram “Só pode estar louca!”, “Guerra é coisa para homens”. Ana ignorou e partiu no dia seguinte, ela trabalhou em hospitais montados no Brasil, Paraguai e Argentina. Passou 5 anos atuando na guerra, vendo as mais diversas atrocidades, perdeu dois de seus filhos no conflito e mesmo assim seguiu atuando como enfermeira.
No final do conflito, ela se fixou no Rio de Janeiro, levando consigo 4 crianças órfãs para criar. Ana entrou para a história como nossa primeira enfermeira de guerra e foi indicada como precursora da cruz vermelha em território nacional. Em 2009 recebeu uma justa homenagem ao ser a primeira mulher a entrar para o Livro de Heróis e Heroínas da Pátria.
Trechos retirados e inspirados no livro Extraordinárias - Mulheres que Revolucionaram o Brasil [Ed. Seguinte I 2019 ]
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